Leitura, tradução, paladar e olfato
Hoje tirei o dia para estudar o livro Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski, e, como de costume, gosto de comparar a tradução de, pelo menos, duas editoras. Desta vez, decidi contrapor as edições da Todavia e da Martin Claret. Como mostrado na foto, a obra que possuo da Editora Martin Claret, em modelo físico, é uma edição especial em capa dura e, o da Todavia, eu comprei no Kindle. Relendo algumas partes, percebi que me impactei e cativei mais com a tradução da Todavia, mesmo que as diferenças sejam quase imperceptíveis. Já declaro que não estou julgando as traduções diretamente do russo, mas qual das duas foi mais saudosa para comigo.
Após realizar alguns grifos, decidi tomar um gole de um frisante lambrusco dell' Emilia Rosé, da Antico Ducato, e, enquanto degustava, estava estranhando o cheiro do líquido. Algo, durante os goles, passou a me acalmar e eu não sabia ao certo se era o álcool. Quando, de fato, me dei conta, lembrei-me exatamente para onde este cheiro estava me transportando: para a barriguinha do meu cachorro. Muitos de vocês podem esquivar-se da ideia, mas a barriguinha dele tem o cheiro mais aconchegante do mundo todo. Mas não é um cheiro de barriguinha qualquer e, sim, de barriguinha com alguns vestígios de xixi antigo. Ok, podem fugir... mas quem tem cachorro sabe! O cheiro sempre fica e, com isso, passei a adora-lo.
Essa experiência lembrou-me de quando eu e meus irmãos estávamos comendo salsicha e lembramos do cheiro dos cachorros de minha tia. O segundo cheiro mais acolhedor possível. Com isso, o ápice do momento chegou quando meu pai cheirou o lambrusco e dissertou sobre os aromas inconfundíveis de um bom vinho. Pois bem, vocês já podem imaginar o quanto eu gargalhei em por debaixo de minha pele. Fiquei feliz de saber que meu cachorrinho possui os aromas de um bom Rosé e não vejo a hora de chegar em casa e deitar com esse cheirinho.
Por fim, conversamos sobre a história dos Marranos e impressionei-me tanto que estou pensando em fazer alguns contos inspirados, pois, dizer que parece novela, é pouco. Discutimos alguns casos jurídicos que ele teve durante seus anos ativos na advocacia e docência e irei adapta-los para futuras histórias. Suas narrativas são sempre boas...
Despeço-me de vocês com uma recomendação de leitura e espero vê-los novamente em próximos relatos! Beijos.
Leitura do dia:
Peru de Natal | Mário de Andrade
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